sábado, 14 de abril de 2012

Monografia mostra a vida de mulher de boleiro: preconceito e luta contra marias-chuteiras

Casar com um jogador de futebol é o sonho de milhares de mulheres. Quem não quer uma ‘vida boa’, sem trabalho e cheia de glamour, dinheiro, viagens e festas? Mas na realidade não é bem assim que funciona. Elas precisam de muita garra e jogo de cintura para manter a relação e driblar o preconceito, o assédio das marias-chuteiras e até a solidão. É isso que mostra a monografia feita por Camila Pasqualotto, casada há 17 anos com Roger, ex-lateral de Grêmio e Fluminense e atual auxiliar-técnico da equipe gaúcha.

O longo tempo longe do marido e a obrigação de administrar a casa praticamente sozinha são algumas das maiores dificuldades que elas enfrentam. A rotina de treinos, viagens e concentrações deixam os companheiros longe de casa por até cinco meses por ano.

Apesar da vida confortável que levam, elas acreditam que o sacrifício é grande. Abrem mão de seus sonhos para cuidar e viver em função de outra pessoa. São multifacetadas. Além de donas de casa, exercem a carreira de administradora e psicóloga porque seguram a barra quando a fase está ruim em campo.

“É uma vida muito solitária, altruísta, de doação. Você tem que abrir mão da sua vida e estar com o atleta. Você tem que segurar a barra pela instabilidade da carreira, com lesões, más atuações, fins de contrato, além de lidar com uma forte exposição”, disse Camila.