sexta-feira, 24 de junho de 2011

Cruzeiro deve mudar no primeiro jogo sob comando de Joel Santana

Na primeira semana de treinos com Joel Santana à frente do Cruzeiro, será que o treinador promoverá alguma surpresa na estreia do time, contra o Coritiba? Se forem levados em consideração os vários testes que Joel fez nos últimos dias, a resposta é sim. O 'paizão', que ainda não conhece bem todos os 'filhos', parece que não quer ser injusto com nenhum deles e vem dando chance para todos.

O meia Everton é um deles. Caso comece jogando, desmancharia o esquema com o qual o Cruzeiro jogou boa parte deste ano, na fase pré-Joel, com três volantes. Henrique, um desses três volantes do time celeste, afirma que qualquer mudança, caso benéfica, deve ser adotada.

- O Guerreiro já treinou, o Fabrício entrou também. O Fabrício vem de duas partidas em que jogou muito. É um jogador que nos ajuda muito. Eu, Paraná e Fabrício já jogamos juntos há muito tempo. A gente já se conhece e, sempre que entra em campo, é para ajudar a equipe. E a gente tem de estar preparado para o que vier. Temos a preocupação de reverter esse mau momento mostrando bom futebol.

Dudu
Durante os coletivos da semana, Dudu foi testado rapidamente entre os titulares. Em um desses trabalhos, com Dudu no time reserva, Henrique confessa que não foi fácil fazer a marcação no 'irmão-jogador', e que uma possível entrada dele, seria benéfica ao time.

- O Dudu é correria, corre para um lado, corre para outro. A gente tem de dar conta dele, porque é um jogador novo e muda de posição, dá muito trabalho para a gente. O Joel orientou para tomar cuidado com ele, porque no jogo contra o Coritiba há jogadores de características do Dudu e que nos darão muito trabalho. A gente vai se orientando para ter o devido cuidado para o jogo também.

Silhueta avantajada de Joel Santana descontrai mais o clima na Toca

Não é só o bom humor e o estilo ‘paizão’ de Joel Santana que chamam a atenção na Toca da Raposa. A barriga saliente do novo treinador do Cruzeiro também foi motivo de brincadeira entre o comandante e os jogadores do time celeste.
Ao chegar ao clube, Joel disse que teria que tomar cuidado com a culinária mineira, já que sofre com a balança e o colesterol alto. O capitão Fábio revelou que Joel brinca bastante com sua própria forma física.
Ele (Joel) brinca bastante sobre isso. Quando era novo, disse que tinha um cabelão e era bonitão. E a gente tem que escutar isso. Quero ver a foto para ver se era isso mesmo, porque agora já está ‘meia-boca’. Mas é importante esse convívio descontraído com os jogadores, principalmente, com os mais novos – disse o camisa 1.
Fábio não acredita que o treinador perca, pelo menos, alguns quilos em Minas.

João Sorrisão faz sucesso no Cruzeiro e atletas prometem gol para ganhá-lo

Que Neymar que nada! A nova febre do futebol brasileiro atende pelo nome de João Sorrisão. O boneco criado pelo Esporte Espetacular se tornou objeto de desejo da grande maioria dos jogadores no Campeonato Brasileiro. Quem marcar gol na competição e fizer a dança do João Sorrisão na comemoração garante, automaticamente, o seu boneco.
João Sorrisão compareceu à Toca da Raposa para inspirar os jogadores do Cruzeiro para o duelo contra o Coritiba, sábado, às 21h (de Brasília), na Arena do Jacaré. E a presença do boneco deixou os cruzeirenses animados.
- Pode reservar este boneco aqui, que sábado ele já tem dono – brincou o meia Dudu, ao sair de campo após o treino.
O volante Henrique brincou com o João Sorrisão e disse que gostaria de fazer um gol para levá-lo para a casa.
- Quem sabe não sai um golzinho, hein? Vamos ver. Seria legal ganhar um desses, mas eu não sei dançar.
O goleiro Fábio lamentou o fato de os goleiros não poderem ganhar o João Sorrisão.

Joel Santana fecha portões e faz suspense para jogo contra o Coritiba

O técnico Joel Santana fechou os portões da Toca da Raposa para a imprensa durante meia hora nesta sexta-feira. No último treino antes de enfrentar o Coritiba, na sábado, os jogadores do Cruzeiro treinaram por cerca de 30 minutos sem a presença dos torcedores e dos jornalistas.

O treinador celeste explicou que quer manter suspense para sua estreia no comando da equipe.

- Não é esconde-esconde. Você tem de ter o fator surpresa, como é normal e natural a imprensa passar as situações de algumas jogadas de bolas paradas.

Perguntado se o time estaria definido, Joel não respondeu. E fez questão de manter o suspense, para não adiantar a escalação para o técnico do Coxa, Marcelo Oliveira.

- O adversário, além de difícil, tem um treinador da terra, e, claro, está nos observando. Não vamos dar oportunidade de ele ficar sabendo os nossos objetivos. Fechamos para melhorar o sistema defensivo e o sistema de ataque.

Entre a polêmica esportiva e o reconhecimento histórico

Ao anunciar em dezembro de 2010 a unificação dos títulos brasileiros, da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Robertão), a CBF mudou todas as estatísticas da principal competição de clubes do país. E contentou seis torcidas em especial: as do Bahia, Palmeiras, Santos, Cruzeiro, Botafogo e Fluminense, que deram um salto no número de conquistas.

Se, esportivamente, a medida pode ser contestada, por misturar competições diferentes, na composição e na fórmula, em termos históricos, ela prestou tributo a grandes times do passado, como o Santos de Pelé e Zito, Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes, o Palmeiras de Dudu e Ademir da Guia e o Botafogo de Gérson e Jairzinho.

A Taça Brasil foi a primeira competição anual de caráter nacional, cujo vencedor era chamado na imprensa de campeão brasileiro e representava o Brasil na Copa Libertadores. Aquele que para muitos é o maior time de clube da história, o Santos de Pelé só ganhou a dimensão universal ainda cantada em prosa e verso por ter conquistado esse torneio. Aliás, por cinco vezes consecutivas, de 1961 a 1965, depois de o Bahia, agora o primeiro campeão do país, ter feito a festa na edição inaugural, em 1959, e o Palmeiras ter sido o ganhador em 1960.

EXPANSÃO Em 1966, o Cruzeiro quebrou a hegemonia dos santistas. Foi o que faltava para que a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), precursora da CBF, ampliasse o tradicional Rio-São Paulo com a inclusão do time celeste, do Atlético, Grêmio, Internacional e Ferroviário, do Paraná. Foi assim criado o Robertão. Curiosamente, em 1967, o Palmeiras conquistou tanto a nova competição como a Taça Brasil, passando a figurar na galeria refeita dos vencedores como campeão duas vezes no mesmo ano.

A Taça Brasil teve sua última edição em 1968. O Robertão, ampliado em 1968 com a entrada do Bahia e do Náutico, passou a ter 20 times em 1971, quando recebeu o nome de Campeonato Nacional – vencido pelo Atlético.

Onde está Wallyson?

Wallyson não esconde: assistiu quarta-feira com outros olhos à final da Copa Libertadores, entre Santos e Peñarol. Enquanto a maioria dos torcedores brasileiros torcia pela vitória do time da Vila Belmiro, o atacante do Cruzeiro se preocupou mais em secar Neymar. Por motivo simples e até justificado: com cinco gols, o craque santista poderia ultrapassar o cruzeirense na briga pela artilharia da competição.

Mas a torcida deu certo para todo mundo: enquanto Neymar balançou uma vez a rede e ajudou a dar o título ao Peixe, Wallyson terminou artilheiro com sete gols, ao lado de Nanni (Cerro Porteño). “Nosso pensamento era ser campeão. Infelizmente, não aconteceu. Mas fico feliz de fazer parte desse grupo de jogadores do Cruzeiro artilheiros da Libertadores”, comemora, referindo-se a Palhinha (13 gols na campanha da conquista de 1976), Marcelo Moreno (oito em 2008) e Thiago Ribeiro (oito no ano passado). “É importante para mim ser artilheiro de um campeonato tão complicado quanto a Libertadores, que disputei pela primeira vez. Agradeço aos companheiros que me ajudaram a fazer os gols.”

Para Wallyson, que reconhece precisar fazer gols também no Campeonato Brasileiro, o feito na competição continental serve de inspiração para quebrar o jejum de quase 40 dias sem marcar. A última vez, até mais importante, foi ao abrir o placar na vitória por 2 a 0 sobre o Atlético, em 15 de maio, que deu o título mineiro à Raposa. “Não estou vivendo aquele mesmo momento da Libertadores e agora é pensar só no Brasileiro para ajudar a equipe a chegar à primeira vitória”, admite.

O atacante celeste tem motivação extra para voltar a marcar justamente amanhã, contra o Coritiba, às 21h, na Arena do Jacaré, pela sexta rodada do Brasileiro: o aniversário de um ano do filho, Henry. “Quero fazer o gol para oferecer a ele e depois do jogo viajar a Natal para lhe dar um abraço forte.”

Nos treinos da semana, o técnico Joel Santana tem conversado bastante com os jogadores e até mexido em algumas posições, mas Wallyson segue firme no ataque. “É a primeira vez que trabalho com ele e estamos treinando para as coisas darem certo. O papai Joel chegou para ajudar e é experiente nessas situações. Espero que já nos ajude contra o Coritiba e possamos dar a ele uma estreia com vitória.”

No coletivo de ontem pela manhã, Joel voltou a fazer observações nas laterais, no meio-campo e no ataque. Marquinhos Paraná começou na direita e passou para o meio. Diego Renan iniciou na esquerda e foi para a direita. Éverton treinou de volante e de lateral-esquerdo. No ataque, Brandão teve chance no lugar de Anselmo Ramon. Outra novidade em relação aos dias anteriores foi Fabrício na equipe titular o tempo inteiro. A equipe faz o último treino antes da partida hoje pela manhã, na Toca.

Cruzeiro não perde para o Coxa há 7 anos

Se a primeira vitória do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro ocorrer neste sábado, às 21h, diante do Coritiba, ela significará também a manutenção de um tabu de sete anos sem derrotas celestes para o clube paranaense.

A último revés estrelado para o Coxa foi em julho de 2004, por 3 a 0, no Mineirão, em Belo Horizonte. De lá para cá, foram sete jogos, com três vitórias do Cruzeiro e quatro empates. A equipe celeste marcou 15 gols e sofreu sete.

No retrospecto geral entre os clubes, foram 35 jogos, com 16 vitórias do Cruzeiro, 12 empates e sete triunfos do Coritiba. O time estrelado marcou 62 gols e sofreu 41.

Já pelo Brasileirão, foram 28 confrontos, desde 1969, com 11 vitórias celestes e cinco do Coxa. Houve ainda 12 empates. Pela maior competição do país, o Cruzeiro marcou 48 gols e sofreu 33.

Jogos do tabu do Cruzeiro diante do Coxa:

04/07/2004 – Cruzeiro 0 x 3 Coritiba – Mineirão
06/10/2004 – Coritiba 1 x 1 Cruzeiro – Couto Pereira
21/07/2005 – Cruzeiro 2 x 2 Coritiba – Mineirão
25/10/2005 – Coritiba 0 x 3 Cruzeiro – Couto Pereira
01/06/2008 – Coritiba 1 x 1 Cruzeiro – Couto Pereira
31/08/2008 – Cruzeiro 1 x 1 Coritiba – Mineirão
09/08/2009 – Coritiba 1 x 3 Cruzeiro – Couto Pereira
29/11/2009 – Cruzeiro 4 x 1 Coritiba – Mineirão

Ataques de Cruzeiro e Coritiba tentam reencontrar o caminho do gol em 2011

Além de voltar a vencer, Cruzeiro e Coritiba tentarão acabar, neste sábado, em jogo válido pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro, com a má fase de seus ataques. A média de gols dos paranaenses caiu quase pela metade na competição em relação ao seu início de ano, enquanto, no clube mineiro, ela foi reduzida em mais de três vezes em comparação ao desempenho entre janeiro e maio.

Até o início do Brasileirão, o Cruzeiro tinha 70 gols em 24 jogos, com média de 2,91. No período de invencibilidade, que durou entre fevereiro e maio, o time fez mais de três gols por partida. Passadas cinco rodadas da competição nacional, a média despencou para 0,8. Apenas quatro gols foram marcados no período.

O desempenho recente jogou a média do ano para baixo: 2,55. Em 29 partidas disputadas, o Cruzeiro balançou as redes 74 vezes.

O curioso é que o Cruzeiro é o segundo clube em número de finalizações no Campeonato Brasileiro. Foram 89. Com quatro gols, o aproveitamento é de 4,49%. O rival Atlético foi o que mais arriscou, com 110 conclusões a gol.

Esses números comprovam a tese do técnico demissionário Cuca, de que o Cruzeiro cria muito, mas está sendo infeliz diante das metas.

A responsabilidade de mudar esse retrospecto no Brasileiro caberá principalmente aos atacantes Wallyson, confirmado como artilheiro da Copa Libertadores de 2011, com sete gols, e Anselmo Ramon.

Anselmo, autor de dois dos quatro gols do Cruzeiro no Brasileiro, completou 23 anos na quarta-feira e quer de presente a primeira vitória no Brasileiro. Treino não faltou na Toca para colocar a bola na rede. “Precisamos muito dessa vitória e estamos nos dedicando ao máximo, porque ela vai ser muito importante. O Coritiba é time de qualidade, não foi à toa que chegou na final da Copa do Brasil. Temos que ter cuidado, não podemos vacilar, em um detalhe eles podem decidir o jogo. Nossa equipe também tem qualidade e pode decidir o jogo em poucas jogadas. Vamos em busca disso”.

Treinador divulga sua primeira lista de relacionados com duas jovens promessas

O treinador recém-contratado pelo Cruzeiro, Joel Santana, divulgou nesta sexta-feira a primeira lista de relacionados para uma partida de seu novo clube. A equipe celeste enfrentará o Coritiba, neste sábado, às 21h, na Arena do Jacaré, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro e busca a primeira vitória na competição.

O técnico celeste relacionou dois jovens atletas para a partida. O lateral-direito Gil Bahia e o armador Élber, que foram integrados ao time profissional nesta temporada, aguardam a primeira oportunidade com a camisa estrelada.

Recuperado de um estiramento no coxa esquerda, o lateral Diego Renan voltou a ser relacionado. O atleta não joga pelo Cruzeiro desde o dia 1º de maio, quando enfrentou o América de Teófilo Otoni, na partida de volta da semifinal do Estadual. Agora, ele tem vaga garantida na equipe titular diante do Coritiba e poderá atuar pelo lado direito ou esquerdo.

O meia Roger, o atacante Thiago Ribeiro e o lateral Vitor estão na fase de transição entre os departamentos médico e físico e não ajudarão a equipe nesta rodada. No entanto, eles participaram da parte recreativa do treino desta sexta-feira, na Toca da Raposa II.

O lateral Pablo, com torção no tornozelo direito e Gilberto estão vetados pelo departamento médico por conta de um estiramento na panturrilha esquerda. (UAI)

Confira a lista de relacionados por Joel Santana:

Goleiros: Fábio e Rafael

Lateral: Diego Renan e Gil Bahia

Zagueiros: Gil, Léo e Naldo

Volantes: Everton, Fabrício, Henrique, Leandro Guerreiro e Marquinhos Paraná

Meias: Dudu, Élber e Montillo

Atacantes: Anselmo Ramon, Brandão, Ortigoza e Wallyson

Chegada de Joel Santana dá início a 'vestibular' na Toca da Raposa II

Há 45 anos, as divisas de Minas se abriam para o Cruzeiro, com a conquista da competição nacional, oficializada no ano passado pela CBF como título brasileiro

A mudança de técnico quase sempre resulta em alterações num time. Jogadores que estavam na reserva se animam, e os que eram titulares ficam alertas. No Cruzeiro, a chegada de Joel Santana promoveu uma espécie de ‘vestibular’ no grupo. Em três coletivos nesta semana, o novo comandante fez testes em algumas posições e deu oportunidades a atletas que estavam no banco com Cuca.

O volante Everton, por exemplo, foi observado no meio-campo, ao lado de Henrique, Fabrício e Montillo, e também na lateral esquerda, uma vez que o titular Gilberto foi vetado por lesão muscular.

Everton chegou ao Cruzeiro pelas mãos de Cuca, mas sempre foi tratado como suplente. Em 19 jogos este ano, ele começou apenas oito partidas. Na estreia de Joel, contra o Coritiba, neste sábado, ele certamente estará entre os 11 pelo que foi visto nos treinos.

”Estamos trabalhando para isso, conseguir a titularidade. Mas como ele tem outros jogadores, vamos esperar definir a melhor formação para o Cruzeiro fazer um bom jogo no sábado e sair vencedor. Venho trabalhando ao longo da semana de volante, de lateral. Ele está fazendo algumas experiências e vamos esperar que ele continue com essa mesma formação”, disse o jogador, animado.

Mais observações

O lateral Diego Renan foi outro beneficiado. Ele foi titular no começo do ano, perdeu espaço e passou um longo tempo sem freqüentar sequer o banco de reservas. Para complicar, uma lesão muscular o tirou de combate por mais de um mês.

Pelas baixas na lateral e pela má fase de alguns especialistas da posição, Cuca até cogitou a escalação de Diego Renan na última rodada, contra o América, mas ele foi vetado por estar fora de forma. Já diante do Coritiba, Joel decretou que ele será titular.

Diego Renan tende a começar na lateral esquerda, mas também foi observado por Joel Santana do lado direito, onde ele iniciou a carreira nas categorias de base.

Marquinhos Paraná estava no meio e deve iniciar próxima partida na lateral direita
No meio-campo, Joel chegou a escalar Leandro Guerreiro como titular. No entanto, no último coletivo, Fabrício voltou a compor o quarteto central.

Já no ataque, Ortigoza e Brandão se revezaram com Anselmo Ramon, o titular do momento. Isso serviu para deixar o centroavante mais empenhado. “Quando chega um treinador novo, todo mundo tem uma nova oportunidade de mostrar o trabalho, e é isso que está acontecendo. Todo mundo está trabalhando em busca do seu espaço. Eu não sei se vou jogar, mas espero ser mantido”, disse Ramon, autor de dois dos quatro gols do Cruzeiro no Brasileirão.

Joel Santana fecha primeira semana no comando técnico com treino secreto

Joel Santana encerrou sua primeira semana de trabalhos à frente do Cruzeiro nesta sexta-feira com um treinamento secreto na Toca da Raposa II. O técnico celeste assumiu o comando na última segunda e fará sua estreia diante do Coritiba, neste sábado, às 21h, na Arena do Jacaré, pela sexta rodada do Brasileiro.

O comandante mantém mistério nas laterais. Mas o provável time do Cruzeiro é Fábio; Marquinhos Paraná, Leo, Gil e Diego Renan; Henrique, Fabrício, Everton e Montillo; Anselmo Ramon e Wallyson.

As surpresas da atividade foram as presenças de Thiago Ribeiro, Roger e Vitor, que ainda se recuperam de lesões, mas participaram da parte recreativa do treino. Contudo, eles não estão relacionados para o duelo com o Coxa.

Frio na barriga

Apesar da longa experiência como treinador, Joel garante que sentirá ‘frio na barriga’ antes da estreia com o Coritiba. “Parece que tudo que está acontecendo hoje está sendo como foi há 30 anos. É uma estreia, a responsabilidade, a convivência com a imprensa, jogadores, os torcedores, as visitas aqui na Toca. Essas coisas todas mexem com a gente. Estou muito feliz, foi uma semana boa, muitas pessoas me desejando sorte, isso nos deixa feliz e é isso que faz o treinador alcançar os seus objetivos e o pensamento positivo e acima de tudo, a fé que nós temos”, comentou.

A semana do técnico no Cruzeiro começou na segunda, quando foi apresentado oficialmente para substituir o demissionário Cuca. No mesmo dia, ele comandou uma leve atividade para conhecer seus comandados.

Na terça, o time trabalhou em dois períodos. Pela manhã, o treinamento foi dedicado à tática. No período da tarde, Joel deu preferência aos posicionamentos específicos de atacantes. Ele treinou saídas de bola, jogo aéreo e marcação sob pressão.

Redenção mineira

Há 45 anos, as divisas de Minas se abriam para o Cruzeiro, com a conquista da competição nacional, oficializada no ano passado pela CBF como título brasileiro

Taça Brasil de 1966 descentralizou o futebol brasileiro e inseriu o Cruzeiro no cenário nacional e mundial. Disputada em modelo parecido ao da atual Copa do Brasil, a competição ficou marcada por duas memoráveis vitórias celestes sobre o quase imbatível Santos de Pelé, Pepe, Zito, Edu, Dorval e Gilmar. Triunfos que deram o título à equipe mineira e revelou nomes como Tostão, Dirceu Lopes, Natal, Raul e Piazza.

Até então, o Cruzeiro conhecia apenas os gramados de Minas e ainda lutava contra equipes como o Siderúrgica, de Sabará, para se firmar como grande força no estado. Nem sequer tinha centro de treinamento ou algo parecido com a atual elogiada estrutura. A realidade do time e do próprio futebol mineiro começara a mudar em 1965, com a inauguração do então moderno Mineirão.
Antes do estádio da Pampulha, o Cruzeiro treinava e mandava seus jogos no acanhado campo do Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O local hoje é um dos dois clubes de lazer da Raposa. “O profissionalismo no futebol só existia de direito, não de fato. Não havia um preparo físico adequado nem salários definidos. O treinador fazia de tudo, alguns até o papel de roupeiro. O jogador sofria enorme preconceito da sociedade. Muitas vezes com razão, pois prevalecia a boemia”, recorda Piazza, volante e capitão daquele Cruzeiro.

Zagueiro titular da Seleção Brasileira tricampeã do mundo em 1970, Piazza dividia as atividades de bancário com as de jogador de futebol até o início da competição que mudou a história do clube. “A Taça Brasil era a primeira competição interestadual do Cruzeiro, por isso íamos ter de treinar e viajar mais. O banco não tolerava tantas faltas ao trabalho e me demiti”, lembra. Então com 23 anos, temia o futuro. “À época, clube de futebol se mantinha com bilheteria e amistosos. O Cruzeiro ainda não arrecadava tanto.”

Daí a importância da construção do Mineirão e da conquista de 1966. Com capacidade acima de 100 mil pessoas, o gigante da Pampulha substituía o Independência, até então maior estádio de Minas, construído para a Copa de 1950, para até 25 mil pessoas. Com o título nacional e, principalmente, as duas vitórias sobre o Santos na decisão, a Raposa ganhou vaga na Copa Libertadores do ano seguinte e inúmeros convites para amistosos no Brasil e no exterior.