sexta-feira, 24 de junho de 2011

Entre a polêmica esportiva e o reconhecimento histórico

Ao anunciar em dezembro de 2010 a unificação dos títulos brasileiros, da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Robertão), a CBF mudou todas as estatísticas da principal competição de clubes do país. E contentou seis torcidas em especial: as do Bahia, Palmeiras, Santos, Cruzeiro, Botafogo e Fluminense, que deram um salto no número de conquistas.

Se, esportivamente, a medida pode ser contestada, por misturar competições diferentes, na composição e na fórmula, em termos históricos, ela prestou tributo a grandes times do passado, como o Santos de Pelé e Zito, Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes, o Palmeiras de Dudu e Ademir da Guia e o Botafogo de Gérson e Jairzinho.

A Taça Brasil foi a primeira competição anual de caráter nacional, cujo vencedor era chamado na imprensa de campeão brasileiro e representava o Brasil na Copa Libertadores. Aquele que para muitos é o maior time de clube da história, o Santos de Pelé só ganhou a dimensão universal ainda cantada em prosa e verso por ter conquistado esse torneio. Aliás, por cinco vezes consecutivas, de 1961 a 1965, depois de o Bahia, agora o primeiro campeão do país, ter feito a festa na edição inaugural, em 1959, e o Palmeiras ter sido o ganhador em 1960.

EXPANSÃO Em 1966, o Cruzeiro quebrou a hegemonia dos santistas. Foi o que faltava para que a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), precursora da CBF, ampliasse o tradicional Rio-São Paulo com a inclusão do time celeste, do Atlético, Grêmio, Internacional e Ferroviário, do Paraná. Foi assim criado o Robertão. Curiosamente, em 1967, o Palmeiras conquistou tanto a nova competição como a Taça Brasil, passando a figurar na galeria refeita dos vencedores como campeão duas vezes no mesmo ano.

A Taça Brasil teve sua última edição em 1968. O Robertão, ampliado em 1968 com a entrada do Bahia e do Náutico, passou a ter 20 times em 1971, quando recebeu o nome de Campeonato Nacional – vencido pelo Atlético.